domingo, 13 de junho de 2010

A história que não aconteceu...

Num estado de intolerância decidiu quebrar as correntes e tentar algo novo, deu um passo a frente, percebeu que é humana como qualquer um e que a linguagem como inerente a todos não podia lhe trazer nada de mais.
Como um descuido encostou-se a ele, e aos poucos se foi deixando levar. Em pouco tempo se deu por esquecida do motivo pelo qual dissera “Olá!”, e a conversa tomou novos rumos. A poesia nessa época falava, se não falava posso dizer que ao menos uma vez falou. E o que ela disse foi o bastante para muitas coisas serem ditas depois. E quem resiste à poesia da vida?
Como um desenrolar de carretel tudo aconteceu, tão inevitavelmente natural que não se ouviu nenhum alarde ou alarme, de NÃO. Qualquer coisa era motivo para ser motivo de uma maior aproximação, ela não percebeu que estava se deixando levar...
No ar, sentiu-se feliz... No vento, segura... Em terra, firme. Na trigésima noite de completo encantamento, atravessou o mar sob a luz do luar e das gotas luminosas das estrelas - marco da história do presente.
E os pores-do-sol vistos do melhor lado do mundo – o dele - faziam-na ver no laranja amarelado ou amarelo alaranjado ou vermelho, tanto faz, o quanto esperara por aquele momento... Sua vida podia terminar ali, e ela já teria visto tudo o que queria ver, já teria sentido tudo o que almejava sentir.
E o Chão verde de grama os convidava, queria lhes mostrar um painel de animações feitas do branco no azul... E na ausência da fala era que ela mais falava. Paz.
A queda a fez fechar os olhos, renovar. Sorriu, não mais levava nos ombros o peso do mundo. E abraçar a água pode ser vital, pois transmite vida. Quão plena e forte é a vida se podemos abraçá-la, tocá-la!

Quanta paisagem não se viu, quantos retratos não foram feitos daqueles momentos inigualáveis em que a felicidade respiravam...
Nem os sonhos puderam projetar tudo o que se quis viver, a liberdade desejada era imensurável, inimaginável! E só nele se podia achar.
Há momentos em que estamos distraídos e não damos ouvidos à voz que nos chama; tanto que esperei, e minha vez passou. Sabe-se lá quando e se voltará!
Lembranças do que não aconteceu, mas que muito se quis viver. Não com outra pessoa, pois por essa é que se esperava. Não é qualquer um que tem a sensibilidade de ao falar se fazer ouvir poesia num misto de contradições desconexas, que só enchem os olhos ainda mais.
Pretensão pensar que o oculto pode ser visto, sei que não pode. Mas pode ser sentido. Embora às vezes pense que sinto, costumo realmente sentir.
História que não chegou ao fim, minutos antes de começar, abortou-se algo que já tinha vida. Por isso uma história que não aconteceu, mas que poderia ter acontecido, se as coisas não fossem tão incompreensíveis pra mim, ou se eu estivesse ligada no momento em que eu deveria estar, tenho dúvidas quanto à espera: Se eu estava esperando porque não o reconheci?

[Quer saber, ainda BEM que não aconteceu! :P]

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