terça-feira, 22 de abril de 2014

Sobre a amizade à distância...

Nunca saberemos de algo até termos uma experiência com tal, que nos faça dar significado e valor ao que antes despertava a imaginação, mas não a dimensão exata.

Depois que se tem uma grande dor, provavelmente se experimentará um vazio e uma escassez de forças que nos conduzirá à solidão.

E quando se está imersa numa atmosfera de tristeza, tudo o que mais se quer é que apareça alguém, um amigo para nos dar a mão, e nos puxar do posto em que estamos.

Ao experimentar tamanha tristeza pude perceber que nem sempre se espera dos amigos uma mensagem confortadora, um apoio a distância, ou um tapinha no ombro que significa "vai passar"; quando se está triste e desanimado o que mais queremos é um amigo que chegue junto, e estenda a mão; que puxe, se necessário.

Engraçado como sempre achei que amizade à distância era super possível, até precisar de alguém por perto. E ter essa experiência me fez atentar para tal questão. Agora eu sei que nem sempre a minha solidariedade será válida, se for só de palavras, e não de ações.

Repito: há momentos em que a pessoa se encontra numa tristeza tão grande que ela não tem forças para chamar, mas espera que alguém possa vir, distrair, resgatar. Ressignifiquei para mim o conceito de amizade, e eis-me aqui pensando no que consiste uma amizade, a amizade que tenho, a amizade que dou. E se é normal ter amigos, passar por uma dificuldade, e passar por esta dificuldade sozinha.

O bom é que "o que não mata fortalece", e eu aprendi que as palavras se perdem, mas a atitude não. E depois de passar uma fase tão ruim, sei como se sentirá alguém que passar por situação semelhante; e saberei perfeitamente como lidar com isso. Saberei como ser uma amiga de perto, não de longe. Existe uma música que diz "Não adianta falar de amor ao telefone, isso é ilusão Não adianta falar de amor por telefone, isso é ilusão". Talvez isso se estenda a amizade também, pelo menos num momento difícil. Sei lá.

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