sábado, 20 de dezembro de 2014

Sobre a mentira...

“Levantei-me e deixei a sala. Fui para casa. Então era isso que eles queriam: mentiras. Mentiras maravilhosas. Era disso que precisavam. As pessoas eram idiotas. Seria fácil para mim.”
(Misto-quente. BUKOWSKI, Charles.)

Este trecho pode nos levar a uma profunda reflexão sobre o mundo das aparências, no qual mente-se para pode sobressair-se da insignificância e [des]integração com o meio. Quantas pessoas criam uma imagem de si mesmas, inventam seus dia a dia, acrescentam detalhes de episódios de suas vidas... tudo para fornecer algo que as façam pertencentes e relevantes, assim como excêntricas. A vaidade talvez explique isso. Ou simplesmente a frustração de não se sentir aceito, e por conseguinte, o desespero por se fazer aceito.
Desse modo também podemos enxergar a arte. A arte nos mostra coisas de uma forma exagerada. Mente-nos para dar aos fatos e sentimentos e afins, tons de beleza e sofisticação, e novidade e originalidade. A arte é alegoria, criatividade. Mentira.
Ao passo que no primeiro caso a mentira pode ser negativa, no segundo a mentira é a salvação: nos salva da crueza e monocromia da vida e seus pormenores, que sem a mentira são apenas pormenores.  

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