Essa sensação que o aprendizado me deixa nem sempre é boa. Quase nunca é.
Sempre que percebo que aprendi algo, que me conheci um pouco mais, sinto que nesse processo, para o aprendizado se realizar, precisei perder alguma coisa. Alguma coisa que eu queria muito, mas que na hora que eu poderia ter, eu não sabia ter.
Sei que nem sempre o que não ganhamos seria bom pra gente, mas saber disso não me impede de lamentar por não ter sido como eu gostaria que fosse.
O desgosto é tanto que nem mais vontade eu tenho de querer ter alguma coisa. Vai ver ainda me falta aprender algo, que eu só vou aprender quando estiver prestes a ter o que eu quero. Daí eu não terei. Por mais uma vez.
Sinto que é covardia minha, me privar de sonhar e querer, pra não ter que perder antes de ter; pra não ter que estragar tudo outra vez.
Vejo um abismo de diferença entre as decisões do acaso, e as consequências dos nossos atos. E nesse abismo tenho visto cair o que eu olho e desejo, não por forças do destino, mas por minha própria força. Ou burrice.
Me pegunto quanto mais terei que aprender... Quanto mais terei que não chegar a ter pra aprender?
Não dá pra pular essa parte? Será que não dá pra eu aprender no caminho, e não mais no primeiro passo?
Tenho medo de esquecer o que aprendi, e ter que perder de novo pra aprender.
Não aguento mais. Estou cansada, já. Coisa chata.
O minuto seguinte sempre traz a claridão que eu precisava no momento anterior, mas essa claridão não é capaz de consertar as coisas. Ou de pelo menos anular a vontade. Pelo contrário. A vontade aumenta porque me sinto sabida, e pronta. Porém, isso não adianta.
Taí, se estou em crise essa é a mais complexa e consciente. Não quero nada. Mais nada. Não quero substituição. Não quero novidade. Por um longo tempo...
Só espero que eu não esqueça o que aprendi até aqui.
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