quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Sobre a novidade de sentir...

Ter um encontro com o ininteligível, com o inexplicável... se ver presa numa rede magnética de desejo e admiração.
Participar de um jogo cujo o desafio é descobrir a razão de ser e estar ali, e sentir assim.
Estar e permanecer à mercê do próprio entendimento, e desistir de tentar alcançá-lo em face das sensações que se tem. Sentir prazer ao queimar no fogo!
Tudo isso envolto num campo de força que não repulsa, mas só atrai, atrai, e faz sempre querer mais.
Mais do gosto, mais do cheiro, mais do tato, mais pele!!
Possessão que arde, flameja e faz desejar cada vez mais, mesmo perdendo o fôlego, mesmo perdendo o ar, mesmo com o coração acelerado a ponto de temer travar!
Mais boca, mais nuca, mais cabelos, mais peso, mais sons!
Ainda sinto o cheiro, ainda sinto a boca, ainda sinto o gosto, ainda sinto os tremores.
Como entrar num labirinto e não saber ao certo qual caminho se fez para sair, assim saí desse emaranhado de incríveis sensações. A novidade de sentir parecia tão única que a vontade era de perpetuá-la. Parar no tempo. E eu acreditava que ia vingar. Sentia que era mais que mera atração. Parecia questão de química genuína. Não sendo assim, como se explica a novidade em tão somente desejar, ter e gostar? Talvez a escassez de vida explique.
Ah... que esse ano passado deixou um passado agora já bom de lembrar.
Não sei me arrepender. Surpreendentemente abstrato, intangível, mas traz consigo o peso da novidade. O peso daquilo que de tão novo vai assumir o pra sempre memorável; e que eu tenha sorte, comparável, se não igualável.

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