domingo, 25 de fevereiro de 2018

Sobre estar só...

       Faz um tempo venho pensando nisso: no quanto as pessoas "exageram sua importância", como bem escreveu Bukowski há um tempo atrás. Exageram sim, quando acreditam que o mundo dos outros gira em torno delas, como elas podem causar problemas a alguns, como elas não têm nada a dever, como a vida delas é fantástica, sei lá mais o quê... Mas é verdade que na maioria das vezes elas não devem mesmo. Como também já escreveu Bukowski "Qualquer problema que tiver comigo, é seu." essa afirmação é tão profunda... pode parar pra refletir! O problema é de quem o tem, mas imagina que louco, poder contar com alguém pra resolvê-lo!
       Já faz um tempo não tenho andado muito bem. E esse mal-estado abriu caminho para muita gente se afastar de mim. Fico pensando que essa gente deve pensar que eu tenho algum problema com elas - está aí o exagero de sua importância -, quando na verdade o problema é todo meu, comigo mesma. Mas sabe o que se torna curioso?! A falta de interesse delas em você. Há quem nem questione o que está acontecendo porque está muito preocupado em falar de si e desconhece um "Olá, tudo bem?" sincero, disposto a escutar; há também quem pergunte "Algum problema COMIGO?" "- Não, não há." "- Então, tá certo." e suma. 
     Esse texto não se trata de cobrança, de expectativa (até porque essa não fora frustrada), mas de uma reflexão que há muito eu tenho feito sobre muitos que se dizem amigos, muitos que um dia passaram por momentos ruins e me tiveram por perto, para saber como estavam, para ouvi-los, para animá-los, mesmo que muitas vezes, fossem motivos reincidentes ou sem solução imediata, e que portanto, eu não pudesse fazer nada.
      Eu já vivi o suficiente de abandonos para ter consciência que sensibilidade não se cobra, e por isso, eu deixo ir. Não me faz falta, não mesmo, quem não está interessado em saber como estou ou o motivo do meu mau humor, se o motivo não é ele. 
    Com o tempo a gente vai aprendendo um tanto sobre a vida e as pessoas. E para. Para de dar espaço para quem só quer aparecer ou lamentar, mas não sabe ser plateia ou ouvidos pra ninguém. E também com o tempo e os calos que a vida faz, aprendi que estar só é questão de estar na multidão e não encontrar "iguais", não encontrar ouvidos, não encontrar quem se importe com você, e não só consigo mesmo. 
      Acredito que na vida estamos para aprender. A depressão, por exemplo, me ensina que devo olhar com respeito a dor do outro, pois eu sei como certas dores são: sufocantes, vazias ou sem fim. E se ao passar por isso não se aprende a ser assim, mais empático, meu caro, você viveu isso errado. 
      Talvez eu não saiba lidar com meus problemas. Talvez eu peque em não gritar pra todo mundo ouvir que tenho tido dias ruins, mas será que eu precisaria mesmo fazer isso?! É bem provável que na minha força eu encontre jeitos de seguir em frente, mas decerto, algumas pessoas não estarão no meu lado nesse caminhar. Não porque eu as "exclua", mas porque não têm lugar, não têm porquê. E na minha vida, tudo precisa ter um porquê, tudo precisa ter sentido.

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