quinta-feira, 19 de abril de 2018

Sobre a rejeição...

Foram anos de sonhos não realizados que me trouxeram até aqui: a esse lugar onde sou inacessível. Mal sabem os curiosos que a razão para isso é o tanto de medo que trago no peito, alimentado pelas lembranças, inconscientes, pois marcaram a minha história e me assombram até hoje, mesmo que eu não perceba, mesmo que eu não reconheça no ato.
Sobre ter o coração partido, eu sei bem. Não importa em qual fase, sempre que me entreguei a uma paixão experimentei o sabor de fel que ela tem no final, quando não é correspondida. E só hoje pude parar para pensar sobre isso: desde sempre eu passo por isso. Desde SEMPRE! Por quê?
Que sina é essa de não ter a alegria de conquistar quem se deseja, mas de ao mesmo tempo parecer ter o mundo inteiro a seus pés? Mas o mundo que não se quer...
Sinto as lágrimas caírem fáceis pelo meu rosto e posso ver aquela menina, aquela adolescente, aquela jovem, em todas as fases da vida e agora adulta... e entendo porque prefiro sempre estar só, preciso me prevenir de sentir essa dor dilacerante que é ser rejeitada. Rejeição especialmente daquele que, dentre tantos que me querem, é o único que eu quero. E sempre foi assim.
Devo acreditar que essa reincidência seja responsabilidade minha? Devo crer que eu é que olho SEMPRE para as pessoas erradas? E daria certo se eu fosse dar uma chance a todos aqueles interessados em mim? Não faz muito sentido pra mim. 
E pela primeira vez, seriamente, eu me pergunto: será que vai ser assim pra sempre? E então opto por não sentir mais nada, e me poupar dessa tristeza que toma conta de mim e descolore tudo ao redor. 
Ao contrário do que se pode imaginar, a minha condição de livre me faz entender e aceitar que ninguém é obrigado a nada, inclusive a gostar de mim, mas qual é o problema de ninguém que eu deseje gostar?
Provavelmente eu nunca terei a resposta e então sigo tentando não enegrecer o coração e despetalar a esperança, pois quem sabe um dia esbarre em alguém com a mesma sintonia. Só não gostaria que fosse no fim da vida...

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